sexta-feira, 3 de julho de 2009

Um adeus ...



Minha intenção era só falar de viagens e contar algumas coisas interessantes sobre a História.
Mas não é possível deixar de falar sobre o que aconteceu na última sexta-feira, 26 de junho de 2.009, às 7h50 da manhã ...

Sim, é verdade, minha amada mãe foi em direção aos braços do Pai Onipotente ... uma morte inesperada, dolorida, sofrida, profunda. Meu conforto é saber que ela estará na companhia de anjos, arcanjos e querubins, fazendo festa a Deus, e se encontrando com Maria, Emir, Cleonice, Erocy, Juramir, "Fifi", "João-de-Barro" (Lucinho), a "Nesta" (Ernestina) e outros tantos que passaram em nossas vidas deixando saudades.



Ah, mãe, a senhora fará muita, muita falta. Não poderei mais ve-la, ao chegar em casa do trabalho, caçando palavras nas revistinhas compradas e reservadas especialmente para a senhora ... não poderei mais pegar dois carrinhos de compras no BIG do Portão porque a senhora não estará mais aqui para ajudar-me.
Quem irá almoçar comigo aos domingos no Velho Madalosso?
Quem ficará no portão de casa observando a minha chegada?
Quem fará aquela canjica, aquele feijão, aquele quibebe, aqueles bolinhos fritos?
Quem me ajudará a plantar as flores, a podar as roseiras, a varrer as folhas secas do sinamomo, do caqui?
Quem verá comigo o macaco da Caras e Bocas ou rirá comigo vendo o deputado da Praça é Nossa e o Didi?
Quantas saudades a senhora deixa! Que dor atróz é esta de sentir sua falta?
É mãe, a vida é essa mesma: mortes, nascimentos, nascimento e morte, tudo ao mesmo momento, tudo ao mesmo tempo.
Sua face era como a da Monalisa (foi o Nelson quem disse), um leve sorriso esboçado, e a lembrança para sempre guardada no peito, no fundo do coração.



A senhora está com o Pai, tenho certeza disso. Nós estamos aqui, chorando pelos cantos, ao ver suas fotos, suas roupas, seus objetos ... ao ver algo que a senhora comentava, ao passar numa loja, ao fazer algo que a senhora fazia.
Isso ainda vai longe ... algum dia estará mais fraca a dor, mas nunca, jamais esquecerei a senhora, a sua força, a sua coragem, a deteminação, o ânimo, a fibra! A senhora foi forte, aguentou dor, luta e sofrimento mas nunca desistiu de criar com firmeza os nove filhos!
Tudo o que sou, sou porque a senhora assim me fez, assim me formou, assim me mostrou como ser: firmeza, caráter, hombridade, veracidade ... tudo veio da senhora, tudo aprendi com a senhora.
Amei-a e dediquei uma parte da minha vida para tentar dar um pouco de tranquilidade e sossego, acho que consegui um pouco, mas poderia e a senhora merecia muito, mas muito mais mesmo.
Agora, já não posso fazer mais absolutamente nada - minhas mãos já não alcançam sua face, seus cabelos, suas mãos. Não posso mais beijá-la e acariciá-la ... mas posso manter a senhora bem viva em meu coração. A senhora vive em mim. A senhora está em mim.
A senhora é minha mãe.
Obrigado por ter sido minha mãe!

Um comentário:

  1. É bom expressar os sentimentos. Foi lindo o que vc escreveu.
    Conte comigo
    bjosss

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